Por Claudio Farias
Roberto Campos Neto (Foto: Reuters/Brendan McDermid)
A Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer da decisão do
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que encerrou três
procedimentos administrativos no âmbito da Comissão de Ética Pública da
Presidência. Esses procedimentos poderiam resultar na investigação de offshores
ligadas a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Paulo Guedes,
ex-ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro (PL).
A decisão de Toffoli inviabilizou a realização de uma sessão
extraordinária da Comissão de Ética, que estava marcada para esta quarta-feira.
No entanto, a expectativa é que a AGU apresente recurso contra a decisão nos
próximos dias, buscando reverter o quadro, informa Lauro Jardim, do jornal O
Globo.
Os processos envolvendo Campos Neto e Guedes começaram em
2019, após a revelação de que ambos possuíam offshores em paraísos fiscais. A
descoberta foi feita pelo Pandora Papers, um consórcio internacional de jornalistas
que revelou documentos vazados sobre personalidades e autoridades com contas em
paraísos fiscais.
Durante a gestão Bolsonaro, os procedimentos na Comissão de
Ética pouco avançaram. Já no governo Lula, Campos Neto obteve uma decisão da
16ª Vara Federal Cível de Brasília que suspendeu as apurações. Agora, com a
decisão de Toffoli, as investigações que vinham sendo travadas ficam
definitivamente encerradas, a menos que o recurso da AGU seja acolhido.
Brasil 247 -
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